quarta-feira, 13 de julho de 2011

OLINDA

Paisagens evocam sentimentos prazerosos, coisa que podemos carregar por toda vida. É isso que levarei ao lembrar-me de Olinda, imagens de ruas marcadas no tempo onde civilizações mais antigas do que nós fincaram bandeiras e “limites civilizatórios”. De maneira sublime as imagens das casas coloridas harmonizam com a natureza num grande espetáculo pictórico serpenteadas pelo mar de Pernambuco. Estimulante aos olhos de turistas boquiabertos que eternizam histórias através de máquinas fotográficas. É totalmente cabível a frase: “Oh, linda situação para se construir uma vila!”, mesmo que digam ser a frase um mito popular. Cada canto da vila eterniza o passado glorioso dos conquistadores e o sofrimento de conquistados. Olinda! Cidadela de navegantes astutos, trazidos pelas correntezas da paixão. A propósito, este foi o sentimento que invadiu nosso coração ao caminharmos pelas ruas estreitas de um caminho que foi e já não é... Olinda, de cores fortes e céu azul, vegetação vasta, coroa de imaginações lusitanas! Maravilhoso cenário cultural que embala sonhos de visitantes deslumbrados, cada olhar deflagra emoções familiares. Os cheiros! O povo! Os artistas, o fundador do bloco dos palhaços! O som de mestre Salustiano trazido na bagagem, e no coração a alegria de termos contemplado tamanha obra prima! Cada porta, janela, friso, telhado relatam detalhes de um tempo distinto, é impossível andar por Olinda sem se chocar com a arquitetura! Os prédios públicos as igrejas portentosas, símbolo divino entre os mortais, declaram o poder dos que têm eira, beira e tribeira! Tudo extremamente confessado, autorizado e estabelecido entre os deuses de além mar. Aqui debaixo do equador os deuses sucumbiram à beleza dos trazidos em porões e embalaram-se pelo som de orixás, misturaram-se as formas negras para criar o Brasil multicor! Multiforme, lindo, como um conto de fadas. Em Olinda prevaleceu à mistura de um Deus mais humano longe de ser um mero espectador, embora os homens não tenham tido intenção.