terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Precisamos manter o foco!

Tem-se falado muito, por estes dias, dos vários tipos de Igrejas. Isso sem falar do variado universo de Evangelhos por elas pregado. 
Interpretações das mais lúcidas, extravagantes ou estapafúrdias não cessam de brotar dos corações de cristãos piedosos. Homens e mulheres imbuídos de proclamarem a Palavra do Senhor aos desviados e pecadores deste mundo.
De um lado, Católicos, do outro, Protestantes e Evangélicos. Nesse emaranhado teológico levantam-se pretensos "ortodoxos" ( não a Igreja, mas a linha teológica), hasteando na primeira fila a bandeira do evangelho certo. Tomando para si o dever de defender o Galileu usando a "doutrina bíblica correta". Beirando, por vezes, o fundamentalismo ideológico isso sem falar dos sincretistas místicos televisivos. 
Bem, a pessoa que não participa dessa grei de escolhidos não sabe em quem acreditar!
Fica como cego em tiroteio, não sabendo em que porta entrar.
Quem realmente está com a verdade religiosa? Esta é uma pergunta que todos se fazem.
Partindo do pressuposto que a cristandade acredita no livro chamado Bíblia, vale lembrar de um texto profético que declara a vontade de Deus para os Israelitas: "Ele declarou, ó homem, o que é bom e que é que o SENHOR pede de ti: que pratiques a justiça, e ames a misericórdia, e andes humildemente com teu Deus". 
Esses preceitos éticos permeiam toda a história judaico-cristã até nossos dias.
Incontáveis vezes, Jesus reafirma esse conceito de justiça através de sua vida. Tornando sua Palavra viva, concreta...
As Boas Novas foram dadas para acalentar, curar, agrupar, tornar o mundo melhor, salvar da opressão os seres humanos independentemente das diferenças éticas, morais, culturais, etc.
Nós não podemos salvar ninguém, pois cabe ao ressuscitado Jesus essa tarefa! Por isso mantenha a fé e pratique tolerância com a pessoa ao seu lado ouça, importe-se com sua dor. Com isso você mostrará a Porta certa para que as pessoas entendam a verdadeira religiosidade do Cristo Jesus.     

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

INOCÊNCIA

Quando criança, eu e meu irmão, costumávamos brincar  em cima do muro que rodeava a pequena casa onde morávamos. Lá de cima, desejávamos as deliciosas frutas que pendiam das árvores no quintal do vizinho. O que nos impedia de buscá-las não era a moral de não fazer o que é errado (afanar as frutas do quintal). O que nos impedia mesmo era o pastor-alemão, que vociferava todas as vezes que subíamos no muro da casa pequena onde morávamos. 
Nada como um dia atrás do outro.
Um dia é da caça, outro do caçador.
Pois bem! Nos dias em que o animal era preso, coitadinho! Pulávamos serelepes, ávidos em torpor de alma em busca das frutas mágicas que nos seduziam.
Goiabas, muitas goiabas, lindas, cheirosas, que perfumavam nossos desejos naqueles tempos que nunca voltarão.
A menos que os lembre...              

sexta-feira, 13 de abril de 2012

PELOS CAMINHOS DE NUESTRA AMÉRICA

...e mais uma vez estava sozinho. A solidão deu uma batida forte. Procurei um cassete bem triste e coloquei-o para tocar. A tristeza, assim como a alegria, faz parte da viagem (assim como a vida). Encará-la e aceitá-la é a melhor maneira de livrar-se dela. E assim o fiz. Com poucas pedaladas já estava tão enfeitiçado com a paisagem que esqueci que estava só.
Rafael Limaverde

sábado, 3 de dezembro de 2011

O USO DA PALAVRA


            Muito se fala sobre o valor e força que as palavras possuem. No imaginário de muitos cristãos acredita-se que ao pronunciarmos alguma palavra ou idéia mística aquilo se realizará de maneira irremediável como vaticínio, detalhe, se a mesma estiver carregada de ira, então, a vítima não tem como escapar do que foi pronunciado. Isto será mesmo possível? Existe uma dimensão mágica, uma força poderosa à espera de uma palavra para se materializar? Podemos, através desse artifício, causar algum estrago ou benefício a uma pessoa? Eu acredito que dessa forma, não! Entretanto, a palavra do homem tem poder sim, ao dizermos algo podemos não só impactar e influenciar destinos criando assim convicções ideológicas, religiosas ou emocionais. Para muitos indivíduos supersticiosos a palavra tem poder nela mesma.
        A história humana é um bom exemplo de que palavras mudam a ordem das coisas. É só recordarmos os feitos dos “camaradas” soviéticos, dos “friends” americanos, do iluminado Gandhi ou do extraordinário Fernando Pessoa, que não nos deixam dizer o contrário. No meio religioso cristão essa idéia mística adquiriu valor, sobretudo, no discurso que sair da boca de um líder poderoso, daquele tipo ávido por resultados grandiosos que desenvolve métodos e tem visões do céu e toma a Palavra de Deus como base para realização de desejos transcendentais. Ou serão materiais? Quase sempre esses poderes divinos estão atrelados, claro, à instituição religiosa. Infelizmente uma grande parte dos fieis é levada pelas palavras e aparência do grande orador (sacerdote), e não discernem que uma palavra mal interpretada, pode fazer um estrago irreparável em sua espiritualidade. Realmente a Bíblia não é um livro de fácil compreensão, é necessário ao que se aventura em sua interpretação uma boa dose de bom senso para ouvir e respeitar o que ela diz. Quase sempre, junto à mística do poder das palavras, encontramos alguém preocupado em resultados mágicos. No texto bíblico em Atos dos Apóstolos capítulo 8:9-11,  o personagem Simão é exemplo de uma espiritualidade mundana submetida ao desejo de controlar coisas e pessoas. Diz o texto que todos davam credito às suas palavras e submetiam-se ao mágico pensando ser ele o poder de Deus, pois suas palavras de engano eram “poderosas”. Na cabeça das pessoas, ser poderoso é ter controle sobre situações das mais diversas. Isto me lembra os sistemas de monitoramento em tempo real que a tecnologia tanto apregoa para nosso benefício nos dias de hoje. Vende-se para a sociedade à idéia de que quanto mais controle, menos violência urbana! É o que dizem os apregoadores deste mercado tecnológico. Mas a realidade nos mostra outra coisa. O poder para controlar não será uma sugestão diabólica? Essa sugestão é antiga o desejo desenfreado de controlar pessoas e acontecimentos ou o futuro não cabe a nenhum homem ou sistema, por mais justa que seja a causa. Devemos viver um dia de cada vez, construindo relações livres pela confiança nos princípios divinos. Deus sempre estimulou na humanidade a confiança na liberdade, foi isso que Jesus de Nazaré exercitou com os discípulos e ouvintes, à confiança em Deus. No entanto algumas comunidades cristãs vivem o desvio entre desejo e prática da confiança, infelizmente isto se tornou apenas um alvo a ser alcançado quase nunca vivido. A influência de uma palavra amorosa constrói verdades livres, assim como palavras hipócritas constroem castelos em areia movediça. Pertence a Deus o poder de sustentar toda à criação, mas ele o faz pela liberdade!   






sexta-feira, 9 de setembro de 2011

O INEXORÁVEL COMUM

A percepção do comum, igualmente o sagrado e o profano, são conhecimentos que todos nós experimentamos no decorrer da vida. A meu ver a experimentação do comum é o que temos de mais luminoso na existência humana, pois a partir do corriqueiro entendemos o mundo que nos cerca. Nosso entendimento de tempo, espaço e limites psicológicos são formatos instituídos e estabelecidos culturalmente e produzem o estado de pertença na realidade comum. Mas nós somos seres humanos! Temos que apresentar um significado para o ordinário além dele... Por isto, re-significamos a singularidade do comum tornando-o transcendental, santo ou extraordinariamente profano. Como pode ser? Tomemos o amor como exemplo: sentimento sublime, comum aos seres humanos, que assume conotação santa na dedicação de uma mãe e de um pai presentes, no choro de uma jovem que perdeu seu namorado subitamente, na brincadeira de crianças, nas partidas de futebol, coisas do tipo bem comuns! Mas que podem ser estranhamente sagradas e não religiosas! Esse amor transcendente é do tipo fluído, elástico, de pura fé, compartilhado honestamente com pessoas das mais comuns. Você já notou que quando estamos perto de Deus amamos pessoas! A propósito, Ele se apresenta em nossas vidas de forma bem comum para revelar o Santo, o querido de nossa alma, de quem diz o profeta: não tinha beleza alguma, pois era comum! A experimentação do amor de Cristo, assim sua espiritualidade e morte, são exemplos de que re-significamos o inexorável comum. De maneira que a banalização da vida é não compreender estes significados, profanados por paixões materialistas que são poços sem água, caminhos onde a única certeza é a dor. Portanto, desconsiderarmos a natureza comum na qual estamos inseridos é profanar o sagrado da existência humana.   

sábado, 13 de agosto de 2011

PAI




Era apenas um garoto quando vi você partir,
Meu peito ainda dói ao lembrar como sofreu
Para naquele dia me olhar e conseguir sorrir,
Pois em teu peito sabia que era o último adeus;

Como é difícil, pai, deitar à noite e não poder dormir
Ao sentir no peito a dor que a lembrança ainda traz,
E ter que mesmo assim a duros passos prosseguir,
Sem tua mão amiga, que me é uma falta a mais...

O tempo não parou, pai, não me deixou saída,
Me vi contra a parede, e sem escolha resolvi viver;
Minha professora nestes anos foi a própria vida,
Que me obrigou antes da hora a ter que crescer.

Mas creio que um dia ainda vou te encontrar
Nos céus, entre anjos, arcanjos e querubins;
Peço que de onde estejas não deixes de me guiar,
Pois sem tua benção, pai, a vida é muito dura para mim!

Depois de tantos anos ainda sonho com você,
E choro ao acordar, pois no sonho tinha a tua paz...
Faltam-me até as palavras para descrever
Num mero poema, papai, a falta que você me faz!
                                                          

Gabriel oliveira

quarta-feira, 13 de julho de 2011

OLINDA

Paisagens evocam sentimentos prazerosos, coisa que podemos carregar por toda vida. É isso que levarei ao lembrar-me de Olinda, imagens de ruas marcadas no tempo onde civilizações mais antigas do que nós fincaram bandeiras e “limites civilizatórios”. De maneira sublime as imagens das casas coloridas harmonizam com a natureza num grande espetáculo pictórico serpenteadas pelo mar de Pernambuco. Estimulante aos olhos de turistas boquiabertos que eternizam histórias através de máquinas fotográficas. É totalmente cabível a frase: “Oh, linda situação para se construir uma vila!”, mesmo que digam ser a frase um mito popular. Cada canto da vila eterniza o passado glorioso dos conquistadores e o sofrimento de conquistados. Olinda! Cidadela de navegantes astutos, trazidos pelas correntezas da paixão. A propósito, este foi o sentimento que invadiu nosso coração ao caminharmos pelas ruas estreitas de um caminho que foi e já não é... Olinda, de cores fortes e céu azul, vegetação vasta, coroa de imaginações lusitanas! Maravilhoso cenário cultural que embala sonhos de visitantes deslumbrados, cada olhar deflagra emoções familiares. Os cheiros! O povo! Os artistas, o fundador do bloco dos palhaços! O som de mestre Salustiano trazido na bagagem, e no coração a alegria de termos contemplado tamanha obra prima! Cada porta, janela, friso, telhado relatam detalhes de um tempo distinto, é impossível andar por Olinda sem se chocar com a arquitetura! Os prédios públicos as igrejas portentosas, símbolo divino entre os mortais, declaram o poder dos que têm eira, beira e tribeira! Tudo extremamente confessado, autorizado e estabelecido entre os deuses de além mar. Aqui debaixo do equador os deuses sucumbiram à beleza dos trazidos em porões e embalaram-se pelo som de orixás, misturaram-se as formas negras para criar o Brasil multicor! Multiforme, lindo, como um conto de fadas. Em Olinda prevaleceu à mistura de um Deus mais humano longe de ser um mero espectador, embora os homens não tenham tido intenção.