Acredito que a vida é bela, independente de estar feliz ou não, isso é ato de fé. Do mesmo modo, sentir o pulsar acelerado do coração, a respiração de quem eu amo, ou contemplar as cores de uma paisagem. Tudo isso me leva a uma dimensão mais ampla da vida, por fé. Vivenciar experiências com outras pessoas é uma dádiva que traz angustia e desconforto, mas esse é o poder que produz vida saudável para minha alma. Por várias maneiras percebo que a existência, em si, é extraordinária, basta ver o ciclo de vida das espécies para de imediato dizer: nossa, que coisa maravilhosa! Como uma folha pode ser tão complexa e num simples exalar de perfume me remeter ao passado? Faça um exercício de olhar para os céus e contemple além das nuvens, deslumbre-se com o perfeito equilíbrio dos corpos celestes, que estão numa incrível dança cósmica, para ficar simplesmente de boca aberta! E mais, tente conversar com uma pessoa desconhecida de maneira interessada, perceba seu jeito de falar, seu ideal, sua limitação, isso também pode ser deslumbrante, depende de você e de mim. Contudo, há quem diga que esse tipo de argumento é fuga da realidade, escapismo, romantismo ou coisa de papo cabeça, por acreditar que a vida resume-se nos “problemas do mundo real”, onde não pode existir paixão. Afinal, o que é o mundo real? O ruim de pensar desta maneira é que o ser humano perde gradativamente a sensibilidade para ponderar o belo e deslumbrar-se com a dádiva da vida, que para mim é ato de fé! Salomão disse que há tempo pra tudo na vida. Por certo há lugar no cotidiano para as relações pragmáticas do “mundo real”. Mas, pensar de maneira reta torna o mundo interior insípido, vazio e sem fé, coisa que não quero, pois isto me faz perder a capacidade de ver além dos fatos, a visão torna-se obtusa e não entendo a metáfora do existir, que é luminosa.
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
Divulgação: Livro Apenas Um Carpinteiro de Jansen Viana
Abraços e até lá.
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
A Complexidade do Coração Humano
O ser humano é uma criatura complexa tanto em sua forma externa como em seu interior. Somos indivíduos com dimensão biológica, psicológica e espiritual. Independente de credo esse último atributo nos faz diferentes ainda mais das outras formas de vida. Porém ao discernir essas dimensões empregamos a capacidade de refletir que chamamos de razão ou racionalidade. Por conta disso o homem produziu o conhecimento que ao longo do tempo tornou-se sistemático. Esse conhecimento é tão grandioso que nos permite criar e transformar o meio que nos circunda, assim como a nós mesmos. Então, a partir das idéias criamos o mundo concreto e com essa força perpetuamos nossa existência de maneira poderosa sobre a terra. Isso nos faz sábios e entendidos aos nossos próprios olhos, é impossível conter tamanha energia. Não foi por acaso que recebemos a ordem de dominar a terra. Podemos até dizer que temos a imagem de Deus, o toque do Divino em nossa humanidade. Mas, isso me leva a uma pergunta, por que este fato não produz integridade na sociedade? Por que o conhecimento que acumulamos não nos liberta de fraquezas como a altivez e o ódio? Pelo contrário, o conhecimento acumulado nos dá a falsa impressão de sermos mais merecedores de importância nas relações que travamos com os outros, justamente por ter conhecimento. Paradoxalmente o caminho tornou-se o fim. É recorrente o homem produzir informação e fazer disso arma de dominação. Como se diz: quem sabe mais, domina mais! Porque é tido como o mais forte pelos pares! Um grande lutador! Por isso merece a admiração de todos. Inevitavelmente nossas diferenças são mais ressaltadas do que as semelhanças. Será a síndrome de Ninrode? Essa lógica do homem antigo perpetuada na contemporaneidade seria a forma de agir do homem natural como declara as Sagradas Escrituras? No entanto, os sábios são amigos da reflexão e do compartilhar em simplicidade um caminho espiritual que valoriza o outro como forma de conexão com o Criador. Deste modo o ensino que Jesus, O Filho do Homem, compartilha com os que a Ele se achegam é uma opção que nos leva a também compartilhar a humildade na vida. Integralmente nEle entramos na dimensão do conhecimento inclusivo que resgata o conceito de igualdade. Coisa incomum em uma sociedade capitalista e desiludida como a que vivemos, na qual as instituições, inclusive as religiosas, encontram-se em decadência, porque contraditoriamente perderam o sentido de igualdade e humildade que se traduz em justiça. Entretanto, para Jesus o importante na vida é o caminhar traduzido em ações e não somente a forma piedosa dos ditos seguidores. Muitas vezes as uniões em torno do conhecimento espiritual estabelecido como o certo se tornam rigorosas e promovem a intolerância. Sobretudo os religiosos que defendem o conhecimento dogmático como o correto. No entanto é nEle que nos tornamos iguais não porque temos o conhecimento em comum, mas porque o conhecimento que provem de Deus busca o bem comum. A inteireza de ações deve edificar valores existenciais e promover transformação em nossa estrutura. O Interessante dessa proposta é que os pequeninos, ou seja, os que não têm conhecimento formal, culto, são os que melhor compreendem o caminho e o aceitam.
quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
Livre pensar...
" A hipocrisia é um elemento intrínseco da dinâmica civilizada. Negar o caráter universal da hipocrisia é fundar um novo tipo de má fé, mais falsa ainda, porque se traveste de pureza d´alma".
Luiz Felipe Pondé
Luiz Felipe Pondé
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
Reencontro Com O Deus Que Vive
Mais que nunca precisamos encontrar o Deus que Vive para uma reconciliação, pois o caminho independente que escolhemos tem produzido desorientação e injustiça por toda parte. É só olhar ao redor para constatarmos o grande mal que nos circunda.
Por certo a maioria dos seres humanos compreende o sagrado à luz de sua consciência ou imaginação. Entretanto é necessário compreender como Deus quer ser entendido, pois Ele é uma pessoa Divina com desejo de ser compreendido adequadamente. Não é desconhecido o fato de nossa relação ter-se turvado quando profanamos nosso coração, por isso já não o entendemos claramente. Assim, que tipo de linguagem Ele utilizou para se comunicar com suas criaturas? Quais foram suas estratégias de relacionamento? Sim, por certo o Deus que Vive tem uma linguagem! Tomando em consideração que o ser humano só pode compreendê-lo a partir do seu próprio universo, nada melhor que as experiências da cultura, perpetuadas através da palavra escrita, para nos orientar nessa linguagem. Mas o que dizer do fato de criarmos figuras e conceitos para nomear o sagrado? Invariavelmente elegemos um ser para chamar de Deus. Podemos eleger uma pedra, um fenômeno ou até mesmo um falo para chamar de Deus. Como podemos, nesse grande panteão, ter segurança de estarmos realmente adorando o Deus que vive? É própria ao ser humano à busca pelo sagrado, isto nos fascina. O mistério é algo que está além da racionalização, não importa a posição social ou intelectual que tenhamos, somos seres sensíveis ao transcendente. Como a comida que necessitamos e a casa que habitamos a experiência com o Deus vivo conforta e apazigua o coração. Por isso estamos sempre em busca do desconhecido inalcançável e etéreo para preencher um espaço que chamamos de “espiritual”. Portanto devemos dar atenção a este aspecto imaterial da vida, traduzido pela fé que trás em si uma linguagem específica estruturada numa relação de troca e confiança.
O curioso de nossa individualidade é que temos a tendência de interpretar o Deus que vive de maneira particular, sem considerar os sinais peculiares que servem de guia para um melhor conhecimento dEle. Talvez isso seja um dos motivos de tanta controvérsia religiosa, cada pessoa define uma imagem e linguagem que lhe é certa. De fato, desde a “queda” os seres humanos não conseguem reconhecer a verdadeira imagem do Deus que vive nem sua linguagem, até mesmo aqueles que o tocaram como seus discípulos. Só nessa afirmação já temos motivo suficiente de discórdia teológica. Não obstante, utilizamos uma ferramenta como percepção do sagrado que chamamos religião, apregoada em cada civilização. E o que buscamos nas religiões não é Deus? Sim! Mas realmente temos encontrado esse Ser Divino, essa Essência Última do existir? Ou será que temos nos satisfeitos com as imagens que chamamos Deus? Esse desvio teológico a muito tem sido debatido entre os religiosos. O encontraremos numa região desconhecida do cosmos ou no interior de um fruto nas plantações de figo da Índia? Como encontrá-lo? O imaginário coletivo cada vez mais tem sido construído por idéias e associações, as mais desvairadas a respeito do Deus que Vive. Contudo, Ele não é controlado por circunstâncias humanas nem muito menos por nossos caprichos relativistas. Aquele que é a Palavra usa algo sutil como a fé para se comunicar com os homens.
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
A Importância da Arte na Construção da Vida
O homem nos últimos dias tem estado atrelado ao trabalho como forma de suprir sua necessidade existencial de maneira aguerrida. Mesmo sendo legítimo, será este caminho adequado para o desenvolvimento integral do homem? Integral diz respeito a corpo, alma e espírito, dimensões que nos pertencem e alargam a vida. Infelizmente o interesse do homem que produz não está na ação do trabalho em si como essência de um ato criativo e fonte de interação existencial. Como evento que permite o contato consigo e com o outro na construção da sociedade. Ao contrário seu olhar pragmático está no resultado desse trabalho que é o dinheiro, raiz que produz o valor “necessário” para vida. Desde muito o trabalho tem surgido como movimento “natural” para nós humanos. Por que então nos distanciamos desse movimento de valor intrínseco e temos nos aprisionado à moeda que ele produz de maneira insensível? O que a humanidade tem dado importância na construção da vida? Por que a criação artística inerente à nossa humanidade, não tem valor como trabalho formal? O ato criativo tão bem expresso no ofício e nas artes tem sido negligenciado, tem sido posto de lado em detrimento de uma produção alienante na qual o “produzir coisas” tornou-se dissociado de criação e expressão. Por força do formalismo institucional se começou a dizer que a produção de um artista não agrega valor prático a sociedade. Daí o motivo de ser menos importante na construção da mesma, onde o trabalho dito formal de um economista ou administrador de empresas, engenheiro, médico, gerente de banco ou dono de barraca é que tem real valor. Sem sombra de dúvida todo segmento de trabalho que constrói a “teia” social é imprescindível para o desenvolvimento humano, um não invalida o outro, pois toda atividade profissional pode ser ato criativo. Entretanto a fragmentação de áreas do trabalho não deve desvalorizar a importância da produção artística necessária para aquilo que chamamos alma, coração. O subjetivo é tão importante quanto o concreto para nosso bem estar. Mas, o que está por trás dessa atitude preconceituosa que lastreia tal desvalorização se não, um conceito pequeno que perdura na pós-modernidade e insiste em dizer que o “homem vale pelo que constrói financeiramente”. A construção do concreto começa no interior, através do ato criativo que está em tudo que fazemos. Contudo isso se tornou desmerecido aos olhos dos “grandes homens” e suas instituições que conquistam a terra com ditames da economia. Eles transformam em lucro tudo que produzimos. Quão infelizes se tornaram! Preferindo a formalidade exterior das coisas e não comungando com o movimento interno da vida que se expressa no ato artístico. O belo é uma metáfora?
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