Mais que nunca precisamos encontrar o Deus que Vive para uma reconciliação, pois o caminho independente que escolhemos tem produzido desorientação e injustiça por toda parte. É só olhar ao redor para constatarmos o grande mal que nos circunda.
Por certo a maioria dos seres humanos compreende o sagrado à luz de sua consciência ou imaginação. Entretanto é necessário compreender como Deus quer ser entendido, pois Ele é uma pessoa Divina com desejo de ser compreendido adequadamente. Não é desconhecido o fato de nossa relação ter-se turvado quando profanamos nosso coração, por isso já não o entendemos claramente. Assim, que tipo de linguagem Ele utilizou para se comunicar com suas criaturas? Quais foram suas estratégias de relacionamento? Sim, por certo o Deus que Vive tem uma linguagem! Tomando em consideração que o ser humano só pode compreendê-lo a partir do seu próprio universo, nada melhor que as experiências da cultura, perpetuadas através da palavra escrita, para nos orientar nessa linguagem. Mas o que dizer do fato de criarmos figuras e conceitos para nomear o sagrado? Invariavelmente elegemos um ser para chamar de Deus. Podemos eleger uma pedra, um fenômeno ou até mesmo um falo para chamar de Deus. Como podemos, nesse grande panteão, ter segurança de estarmos realmente adorando o Deus que vive? É própria ao ser humano à busca pelo sagrado, isto nos fascina. O mistério é algo que está além da racionalização, não importa a posição social ou intelectual que tenhamos, somos seres sensíveis ao transcendente. Como a comida que necessitamos e a casa que habitamos a experiência com o Deus vivo conforta e apazigua o coração. Por isso estamos sempre em busca do desconhecido inalcançável e etéreo para preencher um espaço que chamamos de “espiritual”. Portanto devemos dar atenção a este aspecto imaterial da vida, traduzido pela fé que trás em si uma linguagem específica estruturada numa relação de troca e confiança.
O curioso de nossa individualidade é que temos a tendência de interpretar o Deus que vive de maneira particular, sem considerar os sinais peculiares que servem de guia para um melhor conhecimento dEle. Talvez isso seja um dos motivos de tanta controvérsia religiosa, cada pessoa define uma imagem e linguagem que lhe é certa. De fato, desde a “queda” os seres humanos não conseguem reconhecer a verdadeira imagem do Deus que vive nem sua linguagem, até mesmo aqueles que o tocaram como seus discípulos. Só nessa afirmação já temos motivo suficiente de discórdia teológica. Não obstante, utilizamos uma ferramenta como percepção do sagrado que chamamos religião, apregoada em cada civilização. E o que buscamos nas religiões não é Deus? Sim! Mas realmente temos encontrado esse Ser Divino, essa Essência Última do existir? Ou será que temos nos satisfeitos com as imagens que chamamos Deus? Esse desvio teológico a muito tem sido debatido entre os religiosos. O encontraremos numa região desconhecida do cosmos ou no interior de um fruto nas plantações de figo da Índia? Como encontrá-lo? O imaginário coletivo cada vez mais tem sido construído por idéias e associações, as mais desvairadas a respeito do Deus que Vive. Contudo, Ele não é controlado por circunstâncias humanas nem muito menos por nossos caprichos relativistas. Aquele que é a Palavra usa algo sutil como a fé para se comunicar com os homens.
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