terça-feira, 4 de janeiro de 2011

A Importância da Arte na Construção da Vida

O homem nos últimos dias tem estado atrelado ao trabalho como forma de suprir sua necessidade existencial de maneira aguerrida. Mesmo sendo legítimo, será este caminho adequado para o desenvolvimento integral do homem? Integral diz respeito a corpo, alma e espírito, dimensões que nos pertencem e alargam a vida. Infelizmente o interesse do homem que produz não está na ação do trabalho em si como essência de um ato criativo e fonte de interação existencial. Como evento que permite o contato consigo e com o outro na construção da sociedade. Ao contrário seu olhar pragmático está no resultado desse trabalho que é o dinheiro, raiz que produz o valor “necessário” para vida. Desde muito o trabalho tem surgido como movimento “natural” para nós humanos. Por que então nos distanciamos desse movimento de valor intrínseco e temos nos aprisionado à moeda que ele produz de maneira insensível? O que a humanidade tem dado importância na construção da vida? Por que a criação artística inerente à nossa humanidade, não tem valor como trabalho formal? O ato criativo tão bem expresso no ofício e nas artes tem sido negligenciado, tem sido posto de lado em detrimento de uma produção alienante na qual o “produzir coisas” tornou-se dissociado de criação e expressão. Por força do formalismo institucional se começou a dizer que a produção de um artista não agrega valor prático a sociedade. Daí o motivo de ser menos importante na construção da mesma, onde o trabalho dito formal de um economista ou administrador de empresas, engenheiro, médico, gerente de banco ou dono de barraca é que tem real valor. Sem sombra de dúvida todo segmento de trabalho que constrói a “teia” social é imprescindível para o desenvolvimento humano, um não invalida o outro, pois toda atividade profissional pode ser ato criativo. Entretanto a fragmentação de áreas do trabalho não deve desvalorizar a importância da produção artística necessária para aquilo que chamamos alma, coração. O subjetivo é tão importante quanto o concreto para nosso bem estar. Mas, o que está por trás dessa atitude preconceituosa que lastreia tal desvalorização se não, um conceito pequeno que perdura na pós-modernidade e insiste em dizer que o “homem vale pelo que constrói financeiramente”. A construção do concreto começa no interior, através do ato criativo que está em tudo que fazemos. Contudo isso se tornou desmerecido aos olhos dos “grandes homens” e suas instituições que conquistam a terra com ditames da economia. Eles transformam em lucro tudo que produzimos. Quão infelizes se tornaram! Preferindo a formalidade exterior das coisas e não comungando com o movimento interno da vida que se expressa no ato artístico. O belo é uma metáfora? 

3 comentários:

  1. Parabéns pelo blog, pai! Texto ótimo.

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  2. Sou suspeita, mas está tudo lindo, blog, texto, foto. Parabéns, amor!

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  3. Muito Bom!!! Oi amigo, penso que em meu ofício, tenho que estar sempre em busca de algo novo, tenho que criar novos pratos, novos métodos de organizar tudo a minha volta, sair da rotina, recorro sempre a criatividade, quando tenho que inventar novas receitas, umas boas outras nem tanto, quando transformo o resto de ontem em prato especial do dia, pra mim isso é arte, isso é belo e tem valor real, nem que seja para minha família!!
    Um grande abraço,
    Beta.

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