Acredito que a vida é bela, independente de estar feliz ou não, isso é ato de fé. Do mesmo modo, sentir o pulsar acelerado do coração, a respiração de quem eu amo, ou contemplar as cores de uma paisagem. Tudo isso me leva a uma dimensão mais ampla da vida, por fé. Vivenciar experiências com outras pessoas é uma dádiva que traz angustia e desconforto, mas esse é o poder que produz vida saudável para minha alma. Por várias maneiras percebo que a existência, em si, é extraordinária, basta ver o ciclo de vida das espécies para de imediato dizer: nossa, que coisa maravilhosa! Como uma folha pode ser tão complexa e num simples exalar de perfume me remeter ao passado? Faça um exercício de olhar para os céus e contemple além das nuvens, deslumbre-se com o perfeito equilíbrio dos corpos celestes, que estão numa incrível dança cósmica, para ficar simplesmente de boca aberta! E mais, tente conversar com uma pessoa desconhecida de maneira interessada, perceba seu jeito de falar, seu ideal, sua limitação, isso também pode ser deslumbrante, depende de você e de mim. Contudo, há quem diga que esse tipo de argumento é fuga da realidade, escapismo, romantismo ou coisa de papo cabeça, por acreditar que a vida resume-se nos “problemas do mundo real”, onde não pode existir paixão. Afinal, o que é o mundo real? O ruim de pensar desta maneira é que o ser humano perde gradativamente a sensibilidade para ponderar o belo e deslumbrar-se com a dádiva da vida, que para mim é ato de fé! Salomão disse que há tempo pra tudo na vida. Por certo há lugar no cotidiano para as relações pragmáticas do “mundo real”. Mas, pensar de maneira reta torna o mundo interior insípido, vazio e sem fé, coisa que não quero, pois isto me faz perder a capacidade de ver além dos fatos, a visão torna-se obtusa e não entendo a metáfora do existir, que é luminosa.
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